Uma nova dúvida surgiu na cabeça do povo de Nanuque. A Avenida Geraldo Romano, em frente ao portão do Colégio Stella Matutina é uma BR, é uma AMG ou faz parte do perímetro urbano de Nanuque? A indagação foi gerada através da Polícia Rodoviária Estadual que fez, daquele local, um ponto para multar veículos que trafegam por ali.
Por entender que aquele local é perímetro urbano que pertence à municipalidade, a ação da Polícia Rodoviária do Estado tem gerado descontentamento na população. Achacada pelo IPVA mais caro do Brasil, além dos inúmeros impostos que tem de pagar para sustentar a ineficiente máquina pública, ainda tem que se submeter a problemas dessa natureza.
A Lei Federal nº 11.911, de 31 de março de 2009 e sancionada pelo então vice-presidente da República, José de Alencar, alterou o Sistema Viário Nacional com a criação da rodovia que interliga os municípios de Pedro Canário e Nanuque. A nova rodovia, começa no entroncamento c/ BR-101, passa por Taquaras e Três Corações e termina no entrocamento da MGC-418 (Estrada do Boi) em Nanuque. Por ser federal e por interligar os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, e sancionada pelo Vice-presidente da República, a nova estrada recebeu a denominação de BR-439. No entendimento de analistas, a presença de uma equipe da Polícia Rodoviária Estadual naquele local, vai contra a lei. Eles entendem que o Estado usurpa um espaço que pertence à União. "Ao colocar policiais do Estado atuando no referido trecho, a Lei Federal é ferida constitucionalmente", opina um advogado.
As autuações promovidas pela PRE/MG no perímetro urbano da Avenida Geraldo Romano podem estar na ilegalidade e com possibilidade de serem anuladas.
Se considerarmos que o local faz parte da AMG-2810, via de ligação com o Centro da cidade, caberia ao Estado dar toda manutenção naquela via, o que não tem ocorrido. Operação tapa-buracos, limpeza e iluminação têm sido custeado pela municipalidade. Dessa forma, é preciso esclarecer a quem pertence a Avenida Geraldo Romano.
Enquanto não chegar os esclarecimentos, o motorista é multado vorazmente e em muitas vezes tem seu veículo apreendido o que o faz gastar uma verdadeira fábula de dinheiro para reaver novamente o seu bem.
José Moreira de Oliveira mora no Espírito Santo. Ele conta que já foi multado no local quando ia a um supermercado que fica no trevo. Oliveira disse que estava em companhia de sua esposa e se sentiu invadido em sua privacidade por ter que fazer teste de bafômetro para constatar nível de alcóol no sangue. Há um grande número de motoristas que estão deixando de vir à Nanuque", revela. Ele conta que fazer compras no supermercado do trevo está ficando difícil. Oliveira disse ainda que além do teste do bafômetro, o veículo sofre vistorias minuciosas. “Isso atrasa a vida de qualquer um. Já fui parado nas primeiras horas do dia, junto com a minha esposa, e tive que fazer o teste no bafômetro. Isso é ridículo!”
Um morador de Nanuque pediu anonimato, conta que Nanuque nunca passou por uma situação dessa. Ele suspeita que o governador Zema está querendo fazer caixa à custa do suor do trabalhador. “No Vale do Mucuri moram pessoas simples, que lutam na busca do sustento. Por aqui a gente não encontra abastados que tenham condições de pagar os impostos e multas. Romeu Zema deveria por a mão na consciência e reprimir esse procedimento que é um verdadeiro achaque aos bolsos do contribuinte”, ressaltou.
