Jornal Em Tempo Logo Jornal Em Tempo

DEPUTADO CARLOS PIMENTA FALA AO EM TEMPO

Entrevista do Parlamentar ao jornal, foi concedida após resultado das eleições

DEPUTADO CARLOS PIMENTA FALA AO EM TEMPO
Por: EM TEMPO
postado em 02 de novembro de 2022

O deputado estadual Carlos Pimenta (PDT) não foi reeleito nas últimas eleições. Parlamentar atuante na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, centrou suas ações em municípios do Norte do Estado, principalmente nas regiões dos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Ao longo de suas campanhas rumo ao Legislativo, o parlamentar obteve expressivas votações em municípios como Montes Claros, Coração de Jesus, Varzelândia, São João do Paraíso, Engenheiro Navarro, Itacarambi, Capitão Enéias, Riacho dos Machados, Mirabela, Rubim, Nanuque, Carlos Chagas, Serra dos Aimorés, Ninheira, Cristália, Bonito de Minas, Itacambira, Salto da Divisa, São do Pacuí e Funilândia. Nestas eleições Pimenta conquistou pouco mais de 35 mil votos, quantidade insuficiente para reconduzi-lo ao cargo, entretanto, ficou na 1ª suplência do partido. Há pouco mais de 4 meses do encerramento de seu mandato, o deputado falou ao EM TEMPO sobre seus projetos para o futuro.

DEPUTADO CARLOS PIMENTA FALA AO EM TEMPO

O parlamentar exprimiu seu agradecimento aos povos dos vales do Jequitinhonha e Mucuri e em especial aos eleitores de Nanuque e Serra dos Aimorés com quem tem estreitado relações de grande amizade ao longo dos últimos anos como parlamentar. "Agradeço imensamente pela expressiva votação que obtive nessas duas cidades que sempre me prestigiaram com apreço e consideração".

EMTEMPO: Que análise o senhor faz sobre o resultado das urnas nas últimas eleições?

CARLOS PIMENTA: Houve uma série de fatores que podemos considerar, mas o principal deles é que alguns prefeitos que me apoiavam, saíram candidatos ao legislativo e nesses municípios acabei não tendo uma boa votação.

EMTEMPO: Em janeiro do ano que vem termina seu mandato. O que o senhor fará a partir de então?

CARLOS PIMENTA: Sou médico e vou voltar às minhas atividades na medicina. Além disso, quero estar mais presente na vida de meus familiares cuja relação foi muito prejudicada pela minha atuação na vida pública. Sempre tive grande apoio de minha família, mas sinto que ela teve que abrir mão da minha presença.

EMTEMPO: Quando o senhor deixar a função parlamentar, qual será o seu legado para as gerações futuras?

CARLOS PIMENTA: Acho que trabalhei bastante pelo Norte de Minas Gerais e pelo Estado como um todo. Nas minhas ações sempre foquei o bem-estar do povo mineiro e não de uma região específica. Eu sempre entendi que era deputado por Minas Gerais. Agora, há, em muitos municípios do Norte mineiro, inúmeras obras e ações que foram possíveis graças às minhas intervenções e isso me orgulha muito. Em Nanuque por exemplo, minha atuação foi importante. Por isso, sempre fui muito bem votado no município. Se você observar, a cidade conta com obras realizadas através de minha atuação. Posso exemplificar citando a iluminação do trevo da BR-418 que faz acesso ao Centro da cidade e que foi feita através de minha interveniência. Ali era muito escuro e perigoso. Fui procurado por lideranças que queriam iluminar o acesso. Então fui às autoridades responsáveis e conseguimos realizar a obra que hoje oferece maior segurança aos moradores daquele entorno. Há também a obra da orla direita do Rio Mucuri que só foi possível graças a uma Emenda Parlamentar de minha autoria. A Prefeitura de Nanuque me apresentou um projeto muito bonito. Destinei os recursos, mas a obra não foi feita de acordo com o projeto. Isso me deixou bastante chateado. Agora, as secretarias de Saúde, Segurança Pública, Educação e Infraestrutura nunca deixaram de ser contempladas com minhas emendas parlamentares. Meu gabinete sempre esteve aberto para os representantes de Nanuque. Outro município do Vale do Mucuri que sempre recebeu minha atenção foi Serra dos Aimorés. O prefeito Iran Cordeiro, que é do meu partido, me procurou em seu primeiro mandato em 2017 e a partir de então, começamos a trabalhar para melhorar a qualidade e o bem-estar daquela população. Penso que fiz um bom trabalho ali, tanto que recebi expressiva votação do povo de Serra dos Aimorés em 2018 e agora em 2022. Isso me orgulha muito. Não entrei na política para brincar. Já fui vereador por três mandatos e lá cheguei à presidência da Mesa Diretora. Fui secretário municipal de Montes Claros em 1991, deputado por 7 mandatos e secretário de Estado do Trabalho e Emprego na gestão do então governador Antonio Anastasia.

EMTEMPO: A decisão de retomar suas atividades como médico é definitiva? Não volta mais para a política em nível estadual?

CARLOS PIMENTA: Não posso dizer isso categoricamente porque sou um apaixonado pela política. O ser humano faz política todos os dias, ainda que inconscientemente. Por enquanto a minha vontade é descansar e voltar minha atenção para minhas atividades na medicina e para a minha família. O que vai acontecer daqui a 4 anos não dá para fazer um prognóstico. Fiz muitos amigos nas minhas andanças como deputado. Atuei como presidente da Comissão de Saúde na Assembleia por dois mandatos. Conheço os problemas que afetam a saúde no estado de Minas Gerais e isso foi um aprendizado muito importante para a minha vida. Não posso deixar que isso fique para sempre adormecido no meu currículo como parlamentar. Sempre que convocado pelos mineiros para contribuir no sentido de melhorar a saúde em nosso estado, me apresentarei para trabalhar na busca de uma solução para cada caso. Isso para mim é uma questão de honra.

EMTEMPO: Que análise o senhor faz sobre a política brasileira neste momento?

CARLOS PIMENTA: Olha, penso que o país está dividido. Parece duas nações lutando uma contra a outra. Houve um tempo em que todos se uniam em torno de uma proposta para melhorar a vida do país. Hoje, a coisa está estranha. Houve uma polarização entre dois candidatos que representaram duas correntes de pensamento (esquerda e direita) e o povo tem que saber de que elegeu não um candidato, mas um sistema de governo.

EMTEMPO: E em nível estadual? Como o senhor viu a vitória do governador Zema?

CARLOS PIMENTA: O governador Romeu Zema (Novo) pegou um estado totalmente destruído pelo seu antecessor. O governo do PT, de Fernando Pimentel, foi um desastre para Minas Gerais. O estado sofreu muito com sua administração. Pimentel chegou ao cúmulo de não repassar verbas constitucionais para as prefeituras. Ora, Minas tem 853 municípios que agonizaram por 4 anos seguidos. Muitos prefeitos desistiram de fazer política por não cumprir com suas responsabilidades como mandatários exatamente por não receber os repasses. As prefeituras ficaram quebradas e sem recursos para se autoadministrarem. Isso foi horroroso. Quando Romeu Zema assumiu o Governo do Estado, encontrou um cenário avassalador e com muita habilidade procurou colocar a casa em ordem. Hoje pode-se dizer que o Estado está em condições de ser governado. O atual Governo passou seu primeiro mandato limpando a casa. Seria injusto o povo mineiro não lhe dar a chance de promover o desenvolvimento que ele quer realizar em Minas Gerais. Nos próximos 4 anos prevejo um governo realizador com obras que atendam às necessidades dos mineiros. O povo de Minas entendeu isso e lhe deu a chance de permanecer à frente do Estado.

EMTEMPO: Romeu Zema era um outsider em 2018 mas conseguiu votos suficiente para vencer as eleições. O senhor acha que o povo se cansou dos políticos tradicionais?

CARLOS PIMENTA: Não vejo com esse olhar. Existe muita gente boa e competente na política brasileira e que quer trabalhar pelo bem de todos. Zema realmente era um outsider como você definiu. Ele trouxe consigo uma bagagem administrativa obtida na sua atuação como empresário e deu certo. Ele merece continuar por mais 4 anos e, acredito que fará um grande governo pois se trata de uma pessoa competente e sensível aos problemas que afetam as mais diversas regiões do estado de Minas Gerais e isso é muito bom, porque, certamente, todos sairão ganhando e o Estado se desenvolverá.