Na manhã de ontem (18), o deputado Gustavo Santana participou de uma grande mobilização, promovida pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), que reuniu cerca de 7 mil produtores rurais e defensores dos interesses dos mineiros.
A principal pauta do encontro foi a interrupção das importações de leite, que têm causado enormes prejuízos aos produtores. “Precisamos de respostas urgentes do Governo Federal para barrar essa importação do Mercosul. Sou um aliado nessa causa e poder fortalecer essa mobilização foi muito gratificante”, destacou o parlamentar.
O movimento tem se intensificado após a queda nos preços do leite e seus derivados no primeiro semestre, atribuída aos argentinos e uruguaios, que direcionam seus excedentes para o Brasil. Isso influenciou uma deflação de 2,83% no setor. As diferenças estruturais entre as cadeias produtivas dos países do Mercosul são visíveis: enquanto a Argentina possui fazendas especializadas e produtivas, o Brasil ainda lida com milhares de produtores não profissionalizados.
O evento contou com as presenças do Governador do estado, Romeu Zema, vice-governador, Matheus Simões, o secretário de Estado da Agricultura, Thales Fernandes, o Presidente da Faemg, Antônio de Salvo, senadores, deputados estaduais e federais, prefeitos, vereadores, representantes de cooperativas e associações e presidentes de sindicatos rurais.
Durante o encontro, o governador Romeu Zema anunciou a retirada das empresas importadoras de leite em pó do Regime Especial de Tributação, uma medida de proteção aos produtores de leite que sofrem com a concorrência do mercado de outros países. Com isso, as empresas passam a pagar 18% de ICMS no momento da comercialização dos produtos importados.
As autoridades presentes assinaram, ao fim do evento, um manifesto que será entregue ao governo federal, firmando o compromisso de todos e alertando o Governo Federal para o grave problema econômico e social causado pelo excesso de importação do leite. O documento pede a suspensão das importações subsidiadas da Argentina e do Uruguai ou adoção medidas compensatórias ou salvaguardas imediatas; o Plano Nacional de Renegociação de Dívidas de todos os produtores de leite, a inserção permanente do leite nos Programas Sociais do Governo Federal e a ampliação da fiscalização no âmbito do Decreto 11.732/2023, que visa estimular a venda de leite in natura por meio de benefícios governamentais, e outros.
“Esse manifesto vai chegar a Brasília e só vamos parar na hora que a situação dos nossos produtores for resolvida! Essa ação só vai funcionar se formos organizados, se tivermos estratégias, união, lealdade e respeito com todos. E, após esse manifesto, iremos colocar um relógio (leia aqui) na porta da Federação para ver quanto tempo o Governo Federal vai levar para resolver nossos problemas.”, afirmou o presidente da Faemg.