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Os Coelho Diniz alcançam 24,6% do capital do GPA e pedem nova eleição do conselho

Empresários mineiro solicitam AGE para reconfigurar composição do board; movimentação pode mudar o rumo estratégico da varejista

Os Coelho Diniz alcançam 24,6% do capital do GPA e pedem nova eleição do conselho
Por: EM TEMPO
postado em 25 de agosto de 2025

A família Coelho Diniz, proprietária da rede mineira CD - Coelho Diniz, representada  pelos acionistas André Luiz, Alex Sandro, Fábio, Henrique Mulford e Helton Coelho Diniz e, investidores crescente no Grupo Pão de Açúcar (GPA), protocolaram um pedido formal para a convocação de uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o objetivo de destituir o atual conselho de administração da varejista paulista e realizar uma nova eleição via voto múltiplo. A solicitação ocorre após os Coelho Diniz atingirem 24,6% do capital da companhia, consolidando-se como um dos principais acionistas individuais do grupo.

Os Coelho Diniz alcançam 24,6% do capital do GPA e pedem nova eleição do conselho

Logo do grupo GPA (Crédito: GPA/Divulgação)

Com esse percentual, os Coelho Diniz se aproximaram do gatilho da cláusula de poison pill do GPA, fixado em 25%. Ao atingir esse limite, o acionista seria obrigado a realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os demais investidores. Segundo fontes próximas à operação, a intenção é não ultrapassar esse teto, ao menos por ora. O foco, afirmam, está em recompor a estrutura do conselho, e não em buscar o controle acionário imediato.

Divisão interna no conselho

Desde a eleição realizada em maio deste ano, o conselho do GPA — composto por nove membros — tem enfrentado tensões entre dois grupos com visões distintas para o futuro da companhia:

·         De um lado, o chamado "grupo do Casino e Ronaldo Iabrudi", que defende a atual linha de gestão, destacando a melhora de margens e a valorização da marca nos últimos anos.

·         De outro, o grupo dos "novos acionistas", liderado por Diniz e Rafael Ferri, que questiona a rentabilidade e os custos da operação, apontando a permanência de prejuízos no balanço da empresa.

Com o avanço na participação acionária, os Coelho Diniz e Ferri acreditam ter força suficiente para eleger cinco ou seis conselheiros, o que representaria uma virada de maioria no colegiado — deixando o grupo atual com apenas três ou quatro cadeiras.

Os Coelho Diniz alcançam 24,6% do capital do GPA e pedem nova eleição do conselho

GPA: rede varejista pode ter nova mudança no conselho em menos de quatro meses — Foto: Divulgação

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Voto múltiplo e destituição total

A nova eleição do conselho será realizada pelo sistema de voto múltiplo, o mesmo utilizado em maio. Por isso, para que novos nomes possam assumir, será necessária a destituição completa do conselho atual, uma vez que, nesse modelo, não é possível trocar membros de forma isolada — apenas por eleição de todos os cargos simultaneamente.

Próximos passos

A varejista afirma ainda que “tomará as medidas necessárias para convocar a AGE no prazo legal” e que divulgará “oportunamente as informações e documentos relacionados”, segundo o fato relevante.

Contexto e bastidores

Essa movimentação já era esperada nos bastidores desde julho, quando circulavam informações de que os novos acionistas estavam adquirindo ações no mercado com o objetivo de reforçar sua influência na administração da companhia. Em maio, com menos de 5% do capital, os Coelho Diniz conseguiram eleger apenas um conselheiro. Agora, com uma fatia quase cinco vezes maior, a estratégia é claramente outra.

Apesar do embate, fontes próximas às negociações afirmam que a discussão sobre a poison pill não será colocada em pauta neste momento, e que a prioridade segue sendo a recomposição do board.

A eventual mudança no comando do conselho pode significar uma guinada estratégica para o GPA, que vive um período de reestruturação e busca pela reversão de resultados negativos.