A cidade de Nanuque teve uma quarta-feira surreal e altamente movimentada com a deflagração de uma operação da Polícia Civil junto a setores do Legislativo e Governo Municipal. Além disso, a Justiça determinou busca e apreensão junto a empresários que suspostamente estariam envolvidos em um esquema de corrupção que pode ter gerado prejuízos milionários aos cofres públicos.
A Polícia Civil do Estado de Minas Gerais fez diversas apreensões em Nanuque e no Distrito de Vila Pereira dando início a uma operação batizada de Machine onde autoridades do Poder Legislativo figuram como suspeitos de envolvimento em desvio de dinheiro público. A soma, segundo a PC, é de R$ 4.681.869,33.
Polícia Civil realiza busca e apreensão na Secretaria de Obras de Nanuque - Foto: Em Tempo
O ex-vereador Pastor Carlos Lucas; o presidente da Câmara Municipal, vereador Frank Albert Garcia (AVANTE); vereador Jesualdo Pereira Damasceno (DEM); a secretária de Obras Josélia do Amaral; Laís de Souza Almeida Damascena; Jossilane Almeida do Nascimento e Lélio Pereira Ribeiro são os suspeitos por envolvimento no escândalo.
Renzzo Giaccomo Ronchi, Juiz de Direito do caso, expediu medidas cautelares onde os acusados estão proibidos de acessar a Prefeitura Municipal de Nanuque, de se comunicar entre si e com testemunhas durante as investigações, de contratar com o poder público, de sair da cidade sem autorização judicial prévia, além de serem submetidos ao recolhimento domiciliar a partir das 18h e ao comparecimento quinzenal para justificativa de suas atividades. Além do mais, o Juiz determinou o afastamento por 100 dias dos dois vereadores de suas atividades legislativas, podendo o prazo ser prorrogado caso haja necessidade.
A Ordem Judicial expedida pela 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e Juventude de Nanuque autorizou cumprimento de mandados de busca e apreensão de computadores, de mídias de qualquer natureza (celulares, CD’s, DVD’s, HD’s, Ipod’s, MP3, discos rígidos removíveis) ou banco de dados em 10 endereços do município afim de avaliar conteúdos através de perícia técnica que possam comprovar danos ao erário público.
Delegado Luiz Bernardo em entrevista coletiva para a imprensa - Foto: Em Tempo
Em entrevista coletiva o delegado Luiz Bernardo, que chefiou a operação, foi enfático ao afirmar que ela visa apurar os crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, falsidade documental e falsidade ideológica. Ele contou que as investigações ocorrem faz 1 ano sobre um grupo criminoso. “Ele é composto por parlamentares e a Secretaria de Obras que direcionava licitações para empresas que usavam ‘laranjas’ por não poder contratar com o Poder Público por ser filho de vereador. Os contratos eram direcionados para os serviços de máquinas pesadas e obras no município”, disse Bernardo.
Nas redes sociais, o vereador e presidente da Câmara, Frank Garcia, disse confiar no trabalho da Justiça e prometeu dar maiores explicações ao povo de Nanuque em oportunidade futura.
