Últimas projeções de expansão populacional mundial apresentadas pelas Nações Unidas (ONU) indicam que, até 2050, seremos aproximadamente 10 bilhões de pessoas. Diante desse número, um dos maiores desafios globais é garantir a segurança alimentar.
O setor agropecuário tem se mobilizado para implantar modelos de negócios sustentáveis e escaláveis. Já são colocadas em prática uma série de iniciativas, que inclusive constam no Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+) para o período de 2020 a 2030. São ações como a recuperação de pastagens degradadas, a manutenção de florestas plantadas e ainda aplicação de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Para Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, as práticas sustentáveis são resultado de anos de pesquisas: “No Plano ABC+, foram elencadas essas novas tecnologias, contemplando o avanço da ciêncianos últimos dez anos. Os sistemas de integração, por exemplo, foram mantidos e com a perspectiva de aumento ainda maior da área de adoção”, diz Giolo.
Estudos já atestaram que os sistemas de integração são capazes de aumentar a produção de alimentos em até 40%e, ao mesmo tempo, capturar gases de efeito estufa da atmosfera, ao invés de emitir. Já a recuperação de pastagens degradadas pode ampliar em 10 vezes a produtividade de uma área, além de expandir a captura de carbono.
NA PRÁTICA
Para Maurício Bauer, diretor de Sustentabilidade da JBS no Brasil, práticas sustentáveis precisam ser compartilhadas com toda a cadeia, dos produtores aos maiores compradores globais. “É necessário implantar soluções e modelos de negócios capazes de produzir e preservar ao mesmo tempo, algo que o agronegócio brasileiro sabe fazer muito bem”, afirma Bauer. A companhia pretende destinar US$ 100 milhões a pesquisas para desenvolver soluções com foco na redução das emissões de CO2, como práticas agrícolas regenerativas e tecnologias voltadas para as fazendas dos fornecedores. “O desafio do Brasil é dar escala a essas soluções, apoiar os pequenos produtores com recursos técnicos e financeiros para que não fiquem para trás e coibir os casos de irregularidades ambientais”, diz o diretor. A companhia possui atualmente cerca de 86 mil fornecedores.
O movimento para expandir e garantir práticas sustentáveis no campo ganhou reforço dentro da JBS em programas como a Plataforma Pecuária Transparente e os Escritórios Verdes. A Plataforma monitora os biomas brasileiros e permite à JBS estender esse mapeamento socioambiental para os fornecedores de seus fornecedores. O objetivo central da Plataforma é apoiar os produtores a resolverem passivos ambientais de acordo com a legislação brasileira e aprimorar seu modelo de produção.
Segundo a JBS, até 2025, os produtores rurais que quiserem integrar a cadeia de valor da empresa deverão estar cadastrados na Plataforma e trabalhar em conformidade com a política socioambiental da empresa.
Para complementar essa estratégia, os fornecedores que buscarem regularizar questões socioambientais e adotar práticas sustentáveis podem contar com assistência técnica gratuita em um dos 17 Escritórios Verdes espalhados pelo país.
Além de ações voltadas para apoiar o setor na transição para um sistema de produção de alimentos mais sustentável e eficiente, a JBS também trabalha para atingir seu compromisso Net Zero até 2040. De acordo como plano, a companhia assumiu a meta de zerar o balanço das suas emissões, reduzindo as emissões diretas e indiretas e e compensando toda a emissão residual. “Até 2030, a JBS reduzirá suas emissões de escopos 1 e 2 em pelo menos 30% em relação a 2019, além de investir US$ 1 bilhão para descarbonizar nossas operações”, diz Bauer.
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