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Setor agropecuário se une para tornar o Brasil sinônimo de produção sustentável

Recuperação de pastagens e sistema de integração lavoura-pecuária-floresta estão entre as soluções para reduzir emissões por gases de efeito estufa

Setor agropecuário se une para tornar o Brasil sinônimo de produção sustentável
Por: valor economico
postado em 08 de dezembro de 2022

Últimas projeções de expansão populacional mundial apresentadas pelas Nações Unidas (ONU) indicam que, até 2050, seremos aproximadamente 10 bilhões de pessoas.  Diante desse número, um dos maiores desafios globais é garantir a segurança alimentar.

O setor agropecuário tem se mobilizado para implantar modelos de negócios sustentáveis e escaláveis. Já são colocadas em prática uma série de iniciativas, que inclusive constam no Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (ABC+) para o período de 2020 a 2030. São ações como a recuperação de pastagens degradadas, a manutenção de florestas plantadas e ainda aplicação de sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Para Roberto Giolo, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, as práticas sustentáveis são resultado de anos de pesquisas: “No Plano ABC+, foram elencadas essas novas tecnologias, contemplando o avanço da ciêncianos últimos dez anos. Os sistemas de integração, por exemplo, foram mantidos e com a perspectiva de aumento ainda maior da área de adoção”, diz Giolo.

Estudos já atestaram que os sistemas de integração são capazes de aumentar a produção de alimentos em até 40%e, ao mesmo tempo, capturar gases de efeito estufa da atmosfera, ao invés de emitir. Já a recuperação de pastagens degradadas pode ampliar em 10 vezes a produtividade de uma área, além de expandir a captura de carbono.

NA PRÁTICA

Para Maurício Bauer, diretor de Sustentabilidade da JBS no Brasil, práticas sustentáveis precisam ser compartilhadas com toda a cadeia, dos produtores aos maiores compradores globais. “É necessário implantar soluções e modelos de negócios capazes de produzir e preservar ao mesmo tempo, algo que o agronegócio brasileiro sabe fazer muito bem”, afirma Bauer. A companhia pretende destinar US$ 100 milhões a pesquisas para desenvolver soluções com foco na redução das emissões de CO2, como práticas agrícolas regenerativas e tecnologias voltadas para as fazendas dos fornecedores. “O desafio do Brasil é dar escala a essas soluções, apoiar os pequenos produtores com recursos técnicos e financeiros para que não fiquem para trás e coibir os casos de irregularidades ambientais”, diz o diretor. A companhia possui atualmente cerca de 86 mil fornecedores.

O movimento para expandir e garantir práticas sustentáveis no campo ganhou reforço dentro da JBS em programas como a Plataforma Pecuária Transparente e os Escritórios Verdes. A Plataforma monitora os biomas brasileiros e permite à JBS estender esse mapeamento socioambiental para os fornecedores de seus fornecedores. O objetivo central da Plataforma é apoiar os produtores a resolverem passivos ambientais de acordo com a legislação brasileira e aprimorar seu modelo de produção.

Segundo a JBS, até 2025, os produtores rurais que quiserem integrar a cadeia de valor da empresa deverão estar cadastrados na Plataforma e trabalhar em conformidade com a política socioambiental da empresa.

Para complementar essa estratégia, os fornecedores que buscarem regularizar questões socioambientais e adotar práticas sustentáveis podem contar com assistência técnica gratuita em um dos 17 Escritórios Verdes espalhados pelo país.

Além de ações voltadas para apoiar o setor na transição para um sistema de produção de alimentos mais sustentável e eficiente, a JBS também trabalha para atingir seu compromisso Net Zero até 2040. De acordo como plano, a companhia assumiu a meta de zerar o balanço das suas emissões, reduzindo as emissões diretas e indiretas e e compensando toda a emissão residual. “Até 2030, a JBS reduzirá suas emissões de escopos 1 e 2 em pelo menos 30% em relação a 2019, além de investir US$ 1 bilhão para descarbonizar nossas operações”, diz Bauer.

Imagem: divulgação