Silvio de Abreu participou de 'O Programa de Todos os Programas' - REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Silvio de Abreu participou de O Programa de Todos os Programas, desta terça-feira (29), e contou sobre o processo de criação das novelas de sucesso que acumula no currículo. No bate-papo com Flávio Ricco e Dani Bavoso, o autor também comentou o desafio para não dar spoilers do desfecho das histórias e entregou a estratégia para manter o conteúdo em segredo: mandava conteúdo fake para a imprensa na época de A Próxima Vítima (1995).
"Todo mundo queria saber quem ia ser a próxima vítima. Graças a Deus, naquela época já tinha computador; então, eu podia escrever capítulos falsos, era mais fácil [risos]. Eu sabia que principalmente as revistas fechavam na quinta-feira. Então, eu mandava o capítulo na quarta de manhã, só que o falso. E eles publicavam e eu mandava o verdadeiro depois. Eles me xingavam... Eu fiz muito isso. Não é que eu queria fazer sacanagem com a imprensa, mas queria preservar para o público não descobrir [o final]", assumiu.
Em outro momento da conversa, Silvio relembrou o período em que foi chefe da teledramaturgia da TV Globo e tinha de selecionar novas novelas para o canal. Ele garantiu nunca ter beneficiado amigos autores e reforçou: "O que eu não selecionei era ruim".
Fora da emissora há dois anos e com contrato fechado com a HBO Max, Silvio falou sobre a decisão e a nova fase da carreira no streaming.
"A novela tem uma data certa para estrear, acabava uma e vinha outra... É uma cadeia! Você faz parte e não tem como sair disso. Eu não queria mais fazer novela; streaming é diferente", comparou o autor.
"A novela tem 200 capítulos e tem que ser repetitiva, porque o público não assiste todos os dias. A gente fica com medo de a pessoa perder um capítulo e não ver o outro, e é normal perder um capítulo, porque é sempre naquele horário; se ela não estiver em casa, não vai ver. A série não tem isso. A pessoa assiste a hora que quiser, no lugar que quiser. O que quero perder da novela é a repetição, a barriga e as histórias paralelas que não têm sentido e estão ali para encher tempo. Telessérie é muito enxuta, mas tem o mesmo sabor do folhetim", completou.