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Aécio Neves cobra desculpas do PT aos brasileiros por voto contrário à Constituição em 1988

Lula encaminhou o voto "não" e levou o seu partido a ser o único a votar contra a Carta Magna

Aécio Neves cobra desculpas do PT aos brasileiros por voto contrário à Constituição em 1988
Por: ASCOM
postado em 05 de outubro de 2023

O deputado Aécio Neves criticou, nesta quinta-feira (05/10), a posição do PT e do presidente Lula que votaram contra o texto final da Constituição em 1988.
 
Em discurso na tribuna do plenário da Câmara dos Deputados, durante solenidade de comemoração dos 35 anos da Constituição, o parlamentar afirmou que cabe ao presidente Lula explicar ou se desculpar por ter orientado, à época, que a bancada petista votasse contra a redação final da Constituição.
 
Dos 16 parlamentares do PT, 15 seguiram a orientação e votaram contra.
 
Hoje, o PT esconde essa informação do país.
 
Abaixo, trecho do discurso do deputado Aécio Neves:
 
“Eu me lembro e trago aqui esse registro — peço licença a todos para tratá-lo como uma reflexão histórica —, que, no dia 22 de setembro de 1988, reunimo-nos nesse plenário lotado todos os Srs. Constituintes, as galerias repletas de participantes, para encaminharmos a votação do texto final da nossa Carta Magna. Todos estavam compreendendo as suas limitações, os equívocos que poderiam constar do texto, mas também a relevância e a importância de aprovarmos a nossa Constituição.
 
Houve uma voz dissonante, e fica aqui o registo histórico principalmente às novas gerações. Um importante líder partidário subiu nesta tribuna que ocupo hoje e disse: "Ainda não foi desta vez que a classe de trabalhadora pôde ter uma Constituição efetivamente voltada para os seus interesses. Ainda não foi dessa vez que a sociedade brasileira, a maioria dos marginalizados vai ter uma Constituição em seus benefícios". E, dessa forma, encaminhou o voto "não" e levou o seu partido a ser o único a votar contra a Constituição que hoje todos homenageiam. Essas palavras foram do, então, Líder do PT nesta Casa, Luiz Inácio Lula da Silva, hoje Presidente da República.
 
Reconhecer os erros e equívocos do passado é o caminho mais sensato, é o caminho mais curto para não voltarmos a cometê-los no futuro.
 
E faço aqui esse registro, porque, naquele momento, o PT incorreu novamente e repetiu um erro que havia cometido há 3 anos, quando o Presidente Tancredo Neves — repito —, nesta tribuna, anunciou ao Brasil que: "Esta será a última vez que o colégio eleitoral se reunirá". Falava de forma premonitória, porque já são quase 40 anos em que as eleições diretas prevalecem no País. Pedia o apoio e a compreensão de todos os atores políticos aliados ou não. E, naquele momento, infelizmente — e essa mágoa ele levou pelo restante da sua vida —, o Partido dos Trabalhadores não só não votou pela conclusão do processo de redemocratização, como expulsou os Parlamentares que ousaram votar a favor de Tancredo, cuja eleição garantiu a convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
 
Fica aqui este registro de que todos nós erramos. A Constituição certamente tem muitos erros. É natural que, em qualquer obra humana, os erros estejam presentes. Mas quem sabe, nesta oportunidade de tantas homenagens à Constituição e à própria Assembleia Nacional Constituinte, não tenha chegado, mesmo que tardiamente, o momento de o Presidente da República, Líder até então do seu partido nesta Casa, e que hoje está convalescente de uma recente cirurgia e desejamos a ele pronta e plena recuperação, quem sabe, fica aqui uma sugestão neste momento emblemático em que o Congresso Nacional se reúne para saudar a nossa Carta Magna, não seja o momento de ele se dirigir à sociedade brasileira e ao País e pedir desculpas pelo equívoco que seu partido cometeu? Se houvesse vencido essa posição, nós não teríamos esta Carta Magna que garante a democracia no Brasil e que todos nós respeitamos e hoje aplaudimos.

Foto: Alexssandro Loyola