Com os primeiros nomes surgindo como possíveis pré-candidatos ao governo de Minas Gerais nas eleições de 2026, o nome do ex-governador Aécio Neves ressurge com força, impulsionado pelo sentimento de que o Estado perdeu espaço nas grandes decisões da política nacional.
Aécio Neves - Foto: Luís Nova/CB/D.A Press
Desde a Inconfidência Mineira — embrião do movimento que culminaria na Independência do Brasil e que transformou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, em mártir nacional — Minas Gerais protagonizou momentos decisivos da história brasileira.
Esse protagonismo se consolidou de maneira especial durante a República Velha (1889–1930), com a chamada política do café com leite, quando oligarquias mineiras e paulistas se revezavam no poder. Ao longo da história, dez mineiros chegaram à Presidência da República, embora dois não tenham tomado posse. Fora dos cargos formais, o povo mineiro também sempre esteve no centro do debate nacional — como demonstra o histórico Manifesto dos Mineiros, em 1943, uma reação à ditadura do Estado Novo (1937–1945), reafirmando a vocação política e democrática do Estado. Como dizia o texto: “Em verdade, Minas não seria fiel a si mesma se abandonasse sua instintiva inclinação para sentir e realizar os interesses fundamentais de toda a Nação.”
Contudo, nos últimos anos, especialmente após a ascensão do PT ao comando do Estado, Minas vem perdendo espaço e influência nas decisões nacionais. O atual governo é visto por muitos como sem brilho e sem protagonismo, focado em uma gestão tecnocrática e, segundo críticas, comprometido com a venda do patrimônio público dos mineiros.
Diante desse cenário, o retorno de Aécio Neves ao debate estadual aparece como uma tentativa de resgatar a força política de Minas Gerais e recolocar o Estado no centro das decisões nacionais — missão que, segundo seus apoiadores, apenas um líder experiente e com trânsito político como ele seria capaz de realizar.
Aécio Neves, secretário-particular do avô materno, Tancredo Neves, no Governo de Minas Gerais - Foto do álbum de família
É nesse contexto que o nome de Aécio Neves volta à cena. Com DNA político de peso, descendente direto de Tancredo Neves, Tristão da Cunha e Aécio Cunha, ele carrega uma herança de articulação, visão de Estado e inserção nacional. Sua possível candidatura à sucessão estadual pode representar não apenas um projeto de governo, mas também um movimento para recolocar Minas no centro das decisões do Brasil.