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Desfile de 7 de Setembro em Brasília tem baixa adesão e clima de frieza política

Ausência do STF e recepção morna aos ministros de Estado expõem crise de representatividade e desconfiança nas instituições

Desfile de 7 de Setembro em Brasília tem baixa adesão e clima de frieza política
Por: Em tempo
postado em 08 de setembro de 2025

O tradicional desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios foi marcado, mais uma vez, por baixa presença de público e críticas à condução política do país. Com arquibancadas esvaziadas e clima distante entre autoridades e cidadãos, o evento cívico-militar refletiu o momento de insatisfação e divisão no cenário nacional.

Desfile de 7 de Setembro em Brasília tem baixa adesão e clima de frieza política

Presidente Lula em desfile esvaziado - Foto: Divulgação

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não compareceram ao evento, alegando necessidade de preparação para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para a próxima terça-feira (9). A ausência, no entanto, gerou interpretações divergentes: enquanto alguns veem a justificativa como um gesto de compromisso institucional, outros apontam um possível desconforto político diante da atmosfera carregada do evento.

Já os ministros do governo federal estiveram presentes, mas enfrentaram uma recepção fria por parte dos poucos espectadores que acompanharam o desfile. A cena contrastou com celebrações de anos anteriores, reforçando o afastamento entre o governo e parte da população.

O desfile de 7 de Setembro, que historicamente simboliza união e orgulho nacional, se transformou em um retrato das tensões que atravessam o país. A baixa participação popular e a falta de entusiasmo no público revelam um desgaste na relação entre o Estado e a sociedade civil, evidenciando uma crise de representatividade que vem se aprofundando nos últimos anos.

Analistas políticos apontam que o cenário também reflete o protagonismo crescente do Judiciário na política nacional. “A ausência do STF neste tipo de cerimônia reforça a percepção de que os poderes estão cada vez mais distantes entre si — e da população”, avalia um cientista político ouvido pela reportagem.

Apesar da presença de tropas militares e da execução dos tradicionais rituais cívicos, o evento deste ano passou longe de ser uma celebração vibrante. O que se viu foi um desfile esvaziado, tanto em número quanto em espírito, e um ambiente que serviu mais como termômetro do humor nacional do que como festa da independência.