O Grupo Pão de Açúcar (GPA) entrou em uma nova fase de sua história. A família Coelho Diniz, de Governador Valadares (MG), que desde setembro detém o controle acionário da companhia, terá agora a responsabilidade de indicar o novo diretor-presidente (CEO) da rede varejista, após a renúncia de Marcelo Pimentel, anunciada na última quarta-feira (22).
A saída de Pimentel, que comandou o GPA nos últimos três anos, marca o fim do ciclo de gestão sob influência do grupo francês Casino, e consolida o domínio do grupo mineiro, onde passou a deter 24,5% das ações da companhia. O movimento reforça a presença da família no comando estratégico da empresa, num momento de reestruturação e busca por eficiência operacional.
Enquanto o novo nome não é definido, o diretor financeiro e de relações com investidores, Rafael Russowsky, foi eleito diretor-presidente interino, acumulando as duas funções.
Nova composição do conselho
No início de outubro, a família Coelho Diniz elegeu quatro dos nove membros do Conselho de Administração do GPA. O órgão, agora presidido por André Coelho Diniz, é responsável por supervisionar as decisões estratégicas e indicar o novo presidente executivo.
Essa nova configuração simboliza a consolidação do grupo mineiro no comando da companhia, que controla marcas conhecidas como Pão de Açúcar, Extra, Qualitá e Taeq.
Raízes em Minas
A rede Coelho Diniz nasceu em 1992, em Governador Valadares, fundada pelos irmãos André Luiz, Hercílio, Alex Sandro, Fábio, Henrique Mulford e Helton Coelho Diniz. Hoje, o grupo conta com 22 lojas em sete cidades mineiras e está construindo uma nova unidade em Nanuque, que será inaugurada no início de 2026.

Expansão do CD em Minas Gerais - Foto: Em Tempo
Com uma gestão familiar e foco em expansão regional, o grupo mineiro construiu reputação pela proximidade com clientes e controle rigoroso de custos, características que agora devem influenciar o novo modelo de gestão do GPA.
Desafios à vista
O GPA, que reúne mais de 700 lojas em 11 estados e no Distrito Federal, passa por um processo de reestruturação desde 2022, voltado à redução de dívidas e revisão de despesas internas. A empresa também concluiu, recentemente, a venda de parte das lojas Extra para o Assaí Atacadista, que já integrou o grupo no passado.
A chegada dos Coelho Diniz ao comando ocorre em meio a esse cenário de ajustes e representa uma oportunidade para imprimir uma nova identidade à companhia, mais próxima da realidade do varejo brasileiro e com ênfase em rentabilidade e eficiência.





