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Pedágio da BR-381 entre BH e Governador Valadares começa a ser cobrado com tarifa mais alta do país

Motoristas mineiros enfrentam novo custo com sistema de cobrança "free flow"; preço pode deixar viagem até 50% mais cara. Concessão foi na gestão PT

Pedágio da BR-381 entre BH e Governador Valadares começa a ser cobrado com tarifa mais alta do país
Por: EM TEMPO
postado em 28 de setembro de 2025

Começou neste sábado (27) a cobrança de pedágio no trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, um dos mais movimentados de Minas Gerais. A rodovia, agora administrada pelo consórcio Nova 381, adota o sistema "free flow", em que não há cancelas — sensores e câmeras registram a placa dos veículos e o valor é cobrado proporcionalmente ao trajeto percorrido.

Pedágio da BR-381 entre BH e Governador Valadares começa a ser cobrado com tarifa mais alta do país

O valor estará disponível para consulta, 2 horas após passar pelo pórtico - Imágens: Divulgação/nova381

Nesta primeira fase, dois pontos de cobrança foram ativados: um em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e outro em João Monlevade, na Região Central do estado.

Sistema moderno, custo elevado

Apesar da modernização no modelo de cobrança, o valor do pedágio tem gerado polêmica. A tarifa para automóveis será de R$ 0,25 por quilômetro, o que representa um custo mínimo de R$ 65 após a instalação de todos os cinco pontos previstos entre as duas cidades — um aumento de até 50% no custo total da viagem, segundo estimativas.

Um carro popular, com consumo médio de 12 km/l, gasta cerca de 25 litros de combustível no trajeto de 300 km entre BH e GV, resultando em um custo estimado entre R$ 140 e R$ 150 em gasolina. Com a adição do pedágio, o custo total da viagem pode chegar a R$ 215.

Impacto no transporte de cargas

Para veículos pesados, como caminhões de 8 eixos, o valor do pedágio pode ultrapassar R$ 500 por trajeto. Especialistas alertam que esse custo deve ser repassado ao consumidor final, encarecendo o preço de mercadorias transportadas pela rodovia — um importante corredor logístico do estado.

Como pagar

Os motoristas podem pagar a tarifa por meio:

do aplicativo Nova 381,
do site da concessionária,
por TAGs automáticas (com 5% de desconto),
ou em postos físicos e totens localizados ao longo da rodovia.

O pagamento pode ser feito via Pix, cartão de crédito ou débito, com prazo de até 15 dias após a passagem. Motocicletas, ambulâncias e veículos oficiais são isentos da cobrança.

 Mais três pórticos serão instalados

Além dos pórticos já em operação, outros três pontos de cobrança serão instalados nos próximos meses:

Jaguaraçu (km 280,150)
Belo Oriente (km 227,500)
Governador Valadares (km 176,550)

 Posto de apoio ao usuário

A concessionária montou um ponto de apoio provisório em Santa Luzia, com banheiros, internet, água potável e ar-condicionado. O local também oferece atendimento 24h via totem com videoconferência, além de veículos de resgate, guinchos e caminhões-pipa para emergências.

Críticas e politização

A concessão da BR-381 foi realizada em 2024, durante a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT). A oposição tem criticado os altos valores definidos no contrato, alegando que Minas Gerais já sofre com o maior IPVA do país e agora enfrenta o pedágio mais caro por quilômetro rodado do Brasil.

A tarifa de R$ 0,25/km é considerada acima da média nacional e levanta questionamentos sobre o impacto social e econômico da concessão, especialmente para os usuários frequentes da rodovia e para o setor de transportes.

Conclusão

Com a implementação do sistema "free flow", Minas Gerais entra em uma nova era de cobrança automatizada em rodovias federais. Contudo, o alto custo do pedágio levanta dúvidas sobre os reais benefícios ao usuário e coloca pressão sobre a política de concessões e infraestrutura viária no estado.

TABELA PEDÁGIO

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