Pedido de impeachment de Gilson Coleta é protocolado na Câmara

O presidente da Câmara de vereadores de Nanuque, vereador Carmilto Ferreira Rosa Carrieiros (Podemos), recebeu nesta segunda-feira (23) um pedido de cassação contra o prefeito Gilson Coleta. O documento, protocolado pelo próprio autor da denúncia, foi entregue no início da reunião ordinária.
O advogado Manoel José de Souza, autor do pedido, usou o artigo 64, VIII da Lei Orgânica para acusar Gilson Coleta de omissão e negligência de bens, rendas e direitos ou interesses do município. Tais fatos, segundo a Lei Orgânica, sugerem penalidades como perda de mandato. Art. 64, VII e o § 1º dá a qualquer cidadão do município entrar com pedido de cassação.
A peça acusatória é baseada na conclusão de fatos apurados pela Polícia Civil em Nanuque durante as investigações denominadas de Operação Machine. Nela, investigadores da PC concluíram que o prefeito Gilson Coleta foi omisso ao longo do tempo em que um forte esquema de roubo, patrocinado por uma organização criminosa instalada em seu governo pelo então presidente da Câmara, vereador Frank Albert Garcia e pelo vereador Jesualdo Pereira Damascena . Eles agiram dentro da Prefeitura mancomunados com outros agentes públicos. Tal ação, esfolou o erário por um longo tempo.
O advogado sustenta que Gilson Coleta mantinha controle político no município usando “rios” de dinheiro oriundas de emendas parlamentares vindas de parlamentares das esferas estadual e federal para a distribuição de propinas. Souza, autor do pedido de cassação, cita que Gilson Coleta demitiu o antigo secretário de Obras, Anderson Jamel a pedido do grupo criminoso, por se negar a querer colaborar com a quadrilha. Em seu lugar, Gilson nomeou Josélia Amaral dos Santos, esposa do então presidente da Câmara, Frank Albert Garcia. Gilson também demitiu Marcinho que também não quis participar do esquema de superfaturamento dos serviços prestados pela quadrilha.
A peça acusatória defende a tese de que Gilson Coleta tinha pleno conhecimento do esquema criminoso de tal forma que exonerou quem discordava e nomeou que concordava em participar das falcatruas instaladas no governo.
A incompetência de Gilson Coleta para gestar uma cidade ficou clara ao longo dos últimos quatro anos. Qualquer líder que esteja à frente de uma organização empresarial ou à frente de uma gestão pública tem que ter a capacidade de avaliar e desconfiar de certos atos que acontece ao seu redor. Por isso é que o pedido de impeachment sugere que o prefeito de Nanuque sabia o tempo todo de sua negligência na defesa dos interesses públicos do município. Nem depois da conclusão da Operação Machine, Gilson se prestou a vir à público dar uma satisfação para a população. Recluso estava, recluso ficou. Verdadeiramente, Nanuque tem um ermitão de clausura no comando do seu destino.
Já que Gilson Coleta é candidato à reeleição, o pedido de impeachment solicita à Câmara que impeça a posse, caso o prefeito seja reeleito para que a quadrilha e a mesma assessoria não se mantenham à frente dos destinos da cidade com a repetição dos mesmos atos de dilapidação do patrimônio público.