O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi uma das autoridades presentes no ato pró-Bolsonaro realizado neste domingo (7) na Avenida Paulista, em São Paulo. No entanto, sua presença passou praticamente despercebida. Zema não discursou, teve sua participação restrita à presença sobre o trio elétrico e a publicações em redes sociais. Enquanto isso, figuras como o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro assumiram o protagonismo no evento.
Para comparecer à manifestação, Zema deixou antes do fim o desfile cívico de 7 de Setembro em Belo Horizonte, que celebra o Dia da Independência do Brasil. Em suas redes sociais, compartilhou fotos com apoiadores no Aeroporto de Confins, dentro do avião e, já na capital paulista, ao lado de Tarcísio no trio elétrico. Em uma das postagens, escreveu: “A luta nunca terminará: liberdade!”
Apesar da presença física, o governador mineiro não teve espaço para discursar. Seu nome foi mencionado rapidamente pelo locutor do evento apenas quando subiu no trio, mas nenhuma fala foi autorizada — em contraste com outras lideranças políticas que tiveram microfone e holofotes.
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A ausência de protagonismo de Zema acontece em meio à sua pré-campanha para a Presidência da República em 2026, anunciada sem o apoio direto do ex-presidente Jair Bolsonaro. O Novo, partido de Zema, busca se posicionar como uma alternativa liberal à direita, mas o governador ainda enfrenta dificuldades para se consolidar como nome de alcance nacional.
Enquanto isso, o ato evidenciou a força do bolsonarismo entre os apoiadores. Michelle Bolsonaro classificou a prisão de seu marido como uma “humilhação” e manteve o discurso de perseguição política. Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, negou tentativa de golpe no 8 de janeiro de 2023, mas pediu anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos.
Tarcísio de Freitas, considerado um dos possíveis herdeiros políticos de Bolsonaro, foi o mais enfático. Em seu discurso, atacou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF), com críticas diretas ao ministro Alexandre de Moraes. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país”, declarou.
Diante da força simbólica de Michelle e do discurso inflamado de Tarcísio, Zema acabou relegado a um papel secundário, mesmo com suas ambições presidenciais. O episódio levanta dúvidas sobre sua viabilidade como nome competitivo fora de Minas Gerais, especialmente diante da força ainda latente do bolsonarismo.